Patrocinador máster do Fluminense quebrou e Tricolor se afundou em dívidas
Tricolor foi do céu ao inferno com antigo patrocinador
Com a saída da Betano e a chegada da Superbet como patrocinadora máster do Fluminense, o elenco carioca passou a ter o 4º maior investimento dentre os times brasileiros, ficando atrás apenas de Corinthians, Palmeiras e Flamengo. No entanto, os ares nem sempre foram favoráveis aos tricolores, principalmente quando a Unimed-Rio deixou prejuízos aos cofres do Tricolor das Laranjeiras.
A princípio, em 2013, o Fluminense sacramentou a assinatura de renovação de contrato com a Unimed. Durante 15 anos, a cooperativa de assistência médica formou uma dupla quase que imbatível no cenário nacional ao lado do plantel de Xerém. Nesse intervalo de tempo, o Time de Guerreiros saiu da Série C, bem como ergueu os títulos do Campeonato Carioca (2002, 2005 e 2012) Copa do Brasil (2007) e Brasileirão (2010 e 2012).
Como fruto dos investimentos, craques como Romário, Edmundo, Fred e Deco desembarcaram nas Laranjeiras, mas os capítulos dramáticos surgiram anos depois. De modo geral, Celso Barros, diretor administrativo da Unimed, emprestava dinheiro ao tricolor, que somente garantia uma pequena parcela de vitrine. Dessa forma, a maior parte dos investimentos gerados por premiações e transferências eram direcionados à cooperativa.
Segundo relatos de pessoas que trabalhavam na Unimed-Rio, Celso chegava a investir cerca de 30% no Fluminense, fator crucial para a derrocada da empresa. Atolada em dívidas, a cooperativa, em 2016, chegou a uma receita negativa astronômica que ultrapassava a casa de R$ 1,2 bilhão. Segundo o então presidente do Flu, Peter Siemsen, a quebra de contrato foi dada de forma unilateral, sem aviso prévio.
– O término se deu por parte unilateral. Eu não esperava. A Unimed vivia uma crise tanto econômica quanto política. Eu queria ter mais tempo para a gente se arrumar. Entramos num turbilhão, numa situação de crise, de emergência. […] Eu gostaria muito que tivesse sido um pouso mais suave, mas entendo o lado deles – conta o ex-presidente.
Fluminense e a bola de neve
Como resultado da finalização do acordo com a patrocinadora máster, o Fluminense se viu e mãos atadas quanto ao pagamento dos salários de seus funcionários. Além daqueles que trabalhavam nos bastidores, os jogadores também foram afetados com meses sem remuneração. Sem revelar nomes, um dos atletas se recusou a jogar enquanto não recebesse, o que gerou desconforto interno.
Apesar dos percalços no meio do caminho, o Fluminense deu a volta por cima e finalmente voltou a se reestabelecer. Com a Betano, o Tricolor das Laranjeiras manteve os salários do plantel em dia e realizou contratações de gala, como foi o caso de Marcelo. Por outro lado, faturou os títulos históricos da Libertadores da América (2023) e Recopa Sul-Americana (2024). Agora com a Superbet, a tendência é que voos mais altos sejam atingidos, uma vez que anualmente serão injetados R$ 52 milhões.