Pó de arroz na torcida do Fluminense: verdadeira história e origem da festa
Durante décadas, a torcida do Fluminense foi conhecida pelo pó de arroz que enfeitava as arquibancadas em dias de jogos, criando um cenário muito bonito e característico das celebrações tricolores. Mas, você sabe a origem dessa festa?
Pois é muito importante saber! Visto que, por muitas vezes, uma história errada e pejorativa tem sido contada a respeito disso. Vamos te ajudar a elucidar esses fatos:
A história distorcida do pó de arroz nas arquibancadas
Por muitos anos, através do boca a boca, se espalhou que a origem do uso do pó de arroz na torcida do Fluminense tinha um cunho racista.
Poucos eram os jogadores negros naquela época, ainda mais em grandes clubes. Por isso, conta-se que Carlos Alberto, jogador do Fluminense em 1914, usava pó de arroz para maquiar o seu tom de pele e parecer mais branco, sendo assim aceito no time.
Segundo essa teoria descabida, a torcida tricolor havia começado a usar o pó de arroz como forma de tirar sarro do jogador e de sua etnia.
Mas, essa é uma visão muito errada da história.
A verdadeira relação entre o pó de arroz e a torcida do Fluminense
Em 2019, aproveitando a data de 20 de novembro, onde se comemora o Dia da Consciência Negra, o Fluminense resolveu contar a sua versão dos fatos.
Através de um vídeo publicado no Twitter oficial do clube, uma série de questões são tiradas a limpo sobre essa história e, principalmente, sobre a acusação de racismo por parte da torcida do Fluminense.
Primeiramente, não apenas o Fluminense aceitava jogadores negros em seu elenco em 1914, como o próprio Carlos Alberto nem se querer foi um dos primeiros afrodescendentes a atuar pelo clube.
Segundo o mesmo vídeo, a origem do uso do pó de arroz pela torcida do Fluminense parte de uma provocação dos torcedores do América para com Carlos Alberto.
No dia 13 de maio de 1914, o jogador, que havia deixado os americanos e agora enfrentava-os usado a camisa tricolor, começou a ser chamado de “pó de arroz” pela torcida do América devido ao uso de um produto branco que ele utilizava após se barbear.
Como forma de provocá-lo por sua vaidade, é que a torcida do América assim o chamava. E os torcedores do Fluminense, como forma de abraçar o jogador provocado e ainda revidar as provocações americanas, começaram a, primeiramente, acatar o apelido e depois, usar o produto nas arquibancadas.
O que começou como um revide de uma provocação, tornou-se uma tradição da torcida tricolor e uma das maiores expressões das arquibancadas em jogos do Fluminense.
“Na realidade, a história do pó-de-arroz partiu de uma provocação da torcida americana ao Carlos Alberto, que tinha o conhecido hábito de usar talco desde o seu ex-clube. Chateados com o fato do jogador ter saído, os americanos o perseguiram e a torcida tricolor transformou a ofensa em um dos maiores símbolos do nosso futebol.”
Essas são palavras do mesmo vídeo postado pelo Fluminense em seu Twitter, que ainda afirma que o clube é “contra qualquer tipo de preconceito. Afinal, somos o Time de Todos”.
Ao contrário do que se acusava, o gesto da torcida tricolor, celebrando com pó de arroz e talco nas arquibancadas, nada tem de racista. Mas sim, de combativo contra o preconceito e hospitaleiro com o jogador que acabava de chegar ao clube.
Confira, na íntegra, o texto do vídeo publicado pelo Fluminense:
“No dia 13 de maio de 1914, Carlos Alberto, que estava longe de ser o primeiro negro a vestir as cores que traduzem tradição, jogava contra seu ex-clube pela primeira vez, o América. Na realidade, a história do pó-de-arroz partiu de uma provocação da torcida americana ao Carlos Alberto, que tinha o conhecido hábito de usar talco desde o seu ex-clube. Chateados com o fato do jogador ter saído, os americanos o perseguiram e a torcida tricolor transformou a ofensa em um dos maiores símbolos do nosso futebol. Por décadas, o uso do pó-de-arroz foi massificado na arquibancada tricolor. Por ignorância, gerou rótulos racistas e homofóbicos de torcidas adversárias, que distorceram por completo a história. Não à toa, com orgulho, o Tricolor afirma que “nós somos a história”. Estamos contra qualquer tipo de preconceito. Afinal, somos o “Time de Todos”.”