Torcida do Fluminense vive caos para acompanhar o clube no Mundial
Torcedoras esbarram em leis severas
Muitos turistas que dão a volta ao mundo reconhecem que o Brasil é um dos lugares mais prazerosos de se visitar. Apesar da violência presente em várias capitais, o território tupiniquim respeita, em quase sua totalidade, os direitos humanos de seus cidadãos. Contudo, os torcedores do Fluminense estão tendo dor de cabeça com as restrições presentes na Arábia Saudita, para acompanhar o time no Mundial de Clubes.
Por se tratar de um país extremamente ditador, as mulheres são tratadas com inferioridades, sendo submissas aos homens e às questões sociais como um todo. Em conversa com o ge, algumas torcedoras do Fluminense relataram suas preocupações quanto à penalizações por divergências culturais.
“Na hora de contratar uma guia, escolhemos uma guia mulher, exatamente pelos costumes serem diferentes dos nossos. Precisamos nos comunicar e eles não vão te dar tanta atenção. Com homem, é diferente. Vou (ao Mundial) porque é o Fluminense. Se não, não iria. Eu viajo muito, mas um lugar com tantas restrições ao direito da mulher é difícil para mim. Só em 2019 que as mulheres puderam ir a jogo de futebol lá. É um desafio”, disse Daniela Lin.
Outros fatores que estão sendo duramente criticados por partes dos tricolores referem-se às vestimentas femininas, proibição de contato físico entre ambos os sexos e a ausência de bebidas nas dependências das partidas. Para Luma Queiroz, se adequar aos costumes e valores da Arábia Saudita vem sendo complicado, mas a torcedora afirmou estar fazendo tudo para respeitar os moradores locais.
“Estive num bazar e comprei algumas roupas abaixo do joelho. Uma saia que não mostre o joelho. Uma calça que é bem larga. Estou levando comigo algumas blusas do Fluminense, não só as tradicionais. Mas por receio de acharem curto, vou usar as masculinas, porque são maiores. Também procurei roupa árabe, véu, mas não achei. No sábado, vou estar chegando em Jedá e vou tentar comprar roupa”, disse a torcedora.
Fluminense e a realidade divergente
Com compromisso marcado para o dia 18 de dezembro, o Fluminense ainda não conheceu seu adversário na semifinal do Mundial de Clubes, mas se deparou com um ambiente hostil para as mulheres e pessoas da comunidade LGBTQIA+. De modo geral, a relação entre pessoas do mesmo gênero é criminalizada, podendo, quando consumada, ser punida com a condenação à morte.
Diferente do Brasil, os cidadãos podem se relacionar livremente, tendo leis que garantem a integridade de seus habitantes. Em contrapartida, as mulheres, na Arábia Saudita, devem se curvar perante ao homem e ser coadjuvante de sua própria história. Apesar do desnível social e cultural, o Fluminense tenta focar única e exclusivamente na competição.
No mais, o elenco comandado por Fernando Diniz entra em campo na próxima segunda-feira (18), às 15h (Horário de Brasília). É válido destacar que o oponente do tricolor será descoberto no confronto entre Al-Ahly (Egito) e Al-Ittihad (Arábia Saudita).